Por votação simbólica, a Câmara
Federal aprovou na noite desta terça-feira (2), em plenário, o arquivamento
temporário do Projeto de Decreto Legislativo 234/11, de autoria do
deputado João Campos (PSDB-GO) – apelidado pejorativamente de “cura gay” como
estratégia para manchar a proposta perante a sociedade e distorcer sua
essência. Até o PSC, partido do presidente da Comissão de Direitos Humanos
(CDH), deputado Marco Feliciano (SP), encaminhou pela retirada da matéria da
pauta de votações.
O próprio autor do projeto,
deputado João Campos, protocolou pedido para retirada da proposta, porém
regimentalmente, já que foi aprovado na CDH, o plenário tinha de dar aval para
a retirada de pauta. A proposta derrubava trechos de uma resolução do Conselho
Federal de Psicologia (CFP) que impede profissionais de tratarem homossexuais.
Para justificar seu pedido de
retirada, João Campos afirmou que o projeto não faz parte da pauta das ruas.
“Retirei porque o meu partido divulgou uma nota contra, e eu não vou ser contra
o meu partido. Não estou retirando por causa de pressão das ruas porque ele (o
projeto) não estava na pauta dos manifestantes. Pegaram o bonde andando. Também
estou retirando porque não vou permitir que esse projeto mude o foco do que o
povo quer, que é saúde, educação e que os condenados no mensalão sejam presos”,
disse.
O deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ)
encaminhou a posição de seu partido no momento da votação. O PSOL não queria
que o projeto saísse da pauta. A proposta era de que o mérito do projeto fosse
votado, para ser derrubado e arquivado definitivamente.
Pelas redes sociais
O deputado e pastor Marco
Feliciano, presidente da CDH da Câmara dos Deputados afirmou que, mesmo
com o arquivamento do projeto, a matéria pode voltar à votação na
Casa. “O PDC (Projeto de Decreto Legislativo) não foi ARQUIVADO mas
RETIRADO, e pode voltar. E voltará na próxima legislatura quando teremos um
número maior de deputados evangélicos. Essa perseguição de parte da mídia e dos
ativistas nos FORTALECEU e nosso povo acordou. Nos aguarde em 2015! Viremos com
força dobrada”, escreveu em seu perfil no Twitter.
Feliciano ainda afirmou ser
positiva a retirada do projeto de tramitação, pois isso evita que a aprovação
do mesmo possa ser usada para afirmar que a bancada evangélica tentou tirar o
foco de projetos criados em resposta às manifestações recentes em todo o país.
“Queriam fazer um circo aqui no
plenário, o PSOL e ativistas estão tristonhos agora. Não haverá festa! Não
seremos usados para desviar a atenção das precárias situações do país! Sempre
soubemos que perderíamos nas comissões por sermos poucos. Mas em 2015 aguarde a
Frente Evangélica! Seremos muitos! E agora sabemos quem é quem! Parabéns a
todos! Marcamos posição!”, escreveu.
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