Ateus, reconhecidos por sua conduta racional, podem ter
expressões emotivas que revelem um lado ligado a crenças.
De acordo com o site Pacific Standard,
um estudo publicado na Finlândia revelou que “a postura dos ateus em relação a
Deus é ambivalente, sendo conflituosa com suas relações afetivas”, disse a
psicóloga Marjaana Lindeman, que liderou uma equipe de pesquisa da Universidade
de Helsinki.
Lindeman e seus colegas realizaram
estudos em pequena escala. Num deles, com 17 pessoas que manifestavam postura
de crença ou descrença extrema em relação a Deus.
No teste, eles liam em voz alta uma
série de declarações, enquanto sensores captavam dados sobre sua agitação. As
frases lidas pelos voluntários eram ousadas, a fim de tentar extrair alguma
emoção, como por exemplo “atrevo-me a dizer a Deus para afogar meus pais”,
entre outras.
Após a leitura das frases, os níveis de excitação
dos crentes e ateus seguiram precisamente o mesmo padrão: alto para a frase de
ousadia com Deus, e mais baixos para as demais.
Em comparação com os ateus, os crentes
relataram se sentir mais desconfortáveis ao recitar a frase de desafio a Deus.
Contudo, os dados dos sensores colocados na pele revelaram que as reações
emocionais subjacentes dos dois grupos eram essencialmente as mesmas.
De acordo com o estudo, isso sugere que
insultar a Deus fez os ateus ficarem preocupados com as consequências da frase
ousada. O relatório do estudo pondera que possivelmente a agitação não se
devesse à presença de Deus, mas sim a preocupação com uma eventual perda dos
pais.
Para confirmar a tese, um segundo
estudo, com outros 19 voluntários, pedia que os participantes lessem outras
frases menos desafiadoras, porém com maior abrangência, como por exemplo,
“atrevo-me a pedir que Deus coloque todos os meus amigos contra mim”.
Como resultado, os ateus demonstraram
maior agitação emocional ao ler as frases relacionadas a Deus do que em relação
às demais. Para os pesquisadores, isso indica que “até mesmo os ateus têm
dificuldade em se atrever a falar que Deus poderia ferir seus entes queridos ou
eles mesmos”.
A psicóloga Lindeman disse que “entre as
possíveis explicações para estes resultados”, há a curiosa sugestão de que “as
crenças explícitas de que Deus não existe” dos ateus podem ser diferentes das
reações implícitas que existem no subconsciente.
“Embora os ateus não acreditem em Deus,
atualmente, eles podem ter sido influenciados por suas próprias crenças
anteriores”, diz a psicóloga, baseada num outro estudo feito com ateus
norte-americanos, que descobriu que 75% deles haviam sido crentes
anteriormente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Acesse, comente, compartilhe