segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

“Estamos devendo muito ao povo”, diz Olívio Dutra, sobre PT


Estadão


Petista histórico, o ex-governador gaúcho Olívio Dutra vem se destacando como um dos principais críticos do seu partido. Dias atrás afirmou que José Genoino (SP) errou ao assumir a vaga de deputado na Câmara após ter sido condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Também disse que o mensalão se deveu a um conjunto de erros cometidos pelo partido.
Agora, em entrevista ao jornal Brasil de Fato, ele volta à carga, com mais críticas ao mensalão e ao processo de inflexão conservadora que teria ocorrido no interior da legenda. Segundo o ex-governador e ex-ministro das Cidades, em nome da governabilidade o PT deixou de levar adiante seu programa.
Eis algumas questões abordadas pelo petista na entrevista:
Governabilidade – “Acabamos con­temporizando sob a alegação da gover­nabilidade, tendo que construir uma maioria não programática no Congres­so, tanto no primeiro quanto no segun­do governo do Lula, e até mesmo ago­ra. Mesmo havendo coragem para en­frentar os desafios de um país tão gran­de e com desigualdades imensas, esta maioria não programática sempre pu­xou para baixo a execução de um programa que enfrentasse com radicalida­de situações de desigualdade que pe­nalizam milhões de brasileiros.”
Dívida – “Estamos devendo muito ao povo brasileiro, mesmo que tenha­mos conquistados direitos sociais, me­lhor distribuição da renda, oportunida­de de emprego e trabalho regular. Mas não fizemos, por exemplo, a reforma agrária com a radicalidade necessária.”
Reformas – “Com a maioria que constituímos, não fizemos nenhuma das reformas funda­mentais do Estado… Não mexemos na estrutura deste Es­tado, que continua sendo uma cidade­la dos grandes interesses econômicos e culturais.”
Mensalão – “As instâncias partidárias afrouxa­ram-se de tal maneira que inclusive tive­mos pessoas importantes do PT que co­meteram políticas que não se diferen­ciam das políticas tradicionais que sem­pre condenamos, sob alegação da gover­nabilidade e essas coisas todas.”
Futuro - “O PT jamais poderia ter feito isso (mensalão), mas pode, daqui para frente, se assumir como partido da transformação e não da conciliação.”
Lançado há dez anos, o semanário Brasil de Fato é mantido com o apoio de organizações como o Movimento dos Sem Terra (MST), pastorais sociais da Igreja Católica, Consulta Popular, entre outras. Um de seus conselheiros mais destacados é João Pedro Stédile, líder do MST.
As críticas de Dutra representam o pensamento da ala mais à esquerda do PT. Para ler a entrevista na íntegra basta clicar neste link


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