O procurador-geral da República, Roberto Gurgel,
defendeu nesta quinta-feira (8) que a Justiça Eleitoral seja "rápida"
para julgar a ação que acusa a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB),
de abuso de poder político e econômico.
Na quarta, foi divulgado um parecer de Gurgel na
qual ele recomendou a cassação do mandato da governadora em razão das
acusações. Na avaliação do procurador, Roseana firmou contratos com intenção
eleitoreira para prejudicar campanhas adversárias.
A governadora nega as acusações. Em nota, ela afirmou que o mandato que seu
mandato é "legítimo, conquistado por meio do voto direto e dentro de um
processo democrático e limpo".
"Havia uma representação em que se atribui à
governadora, digamos, diversas condutas relacionadas essencialmente, entre
outras coisas, a programa de habitação popular que teria tido um crescimento
exagerado precisamente no ano eleitoral e muito próximo já das eleições. E, o
ponto de vista da Procuradoria Geral Eleitoral, é que isso procede e que
efetivamente houve um crescimento exagerado desse programa [...]. A hipótese
seria de perda do mandato", afirmou Gurgel.
Para o procurador-geral, é necessário que o caso
seja julgado antes da eleição do ano que vem, para que o julgamento produza
efeitos antes do final do mandato da governadora. "O TSE tem feito todo o
esforço no sentido de agilizar os seus julgamentos. E, aquela coisa: Justiça
boa é a Justiça que é rápida", disse.
O processo
A governadora Roseana Sarney responde a uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por suposto abuso de poder econômico na campanha eleitoral de 2010, quando tentava a reeleição - ela assumiu em 2009 após a cassação de Jackson Lago, acusado de compra de votos (o que ele nega).
O autor da ação é José Reinaldo Tavares,
ex-governador, ex-ministro dos Transportes e ex-aliado da família Sarney.
Com o parecer do procurador, o plenário do TSE já
poderá julgar a ação, em data a ser ainda definida.
Em 2010, Tavares concorreu a um mandato de senador
pelo Maranhão por uma chapa de oposição ao grupo de Roseana, mas foi derrotado
- ele terminou a eleição em terceiro lugar.
No processo, ele argumenta que a governadora,
reeleita em 2010, celebrou convênios "com desvio de finalidade" às
vésperas do período eleitoral, distribuiu bens por intermédio de programas
sociais não previstos anteriormente e fez gastos de campanha não
contabilizados, o que, segundo Tavares, caracterizou a prática de caixa dois.
Do G1/MA
Vamos espera pra ve
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