quarta-feira, 18 de junho de 2014

Artigo de Roberto Rocha: “Contra a fome e contra a farsa”



Sobre a manipulação do esquema sarneísta no jogo político
13 de fevereiro de 2005

Entrevistado pelo sistema Lunus/Mirante, o senador Sarney, apesar do seu frustrante legado aos maranhenses, exaltou a grande ajuda que deu ao Estado, anunciou que voltará para “salvá-lo” e deixou no ar um estranho misto de súplica e arrogância. Portando-se com sisudez aristocrática, não especificou nem deu pista desse misterioso benefício, fazendo-se, como sempre, dogmático em suas “verdades”. Estava ali o senador José Sarney que conhecemos!

Que tenta emplacar nacionalmente a imagem de estadista, enquanto aqui exerce o mais atrasado e prejudicial coronelismo. E se a ninguém convenceu quanto ao benefício do seu retorno às lides eleitorais, pelo menos deixou claro que não mudou nesses 40 anos. Não aprendeu nem esqueceu nada, diria Charles-Maurice de Talleyrand.

Por conta disso, o senador Sarney, vestindo uma armadura já oxidada pelo tempo, apresenta-se disposto a antecipar o armagedon em sua destemida defesa do bem na luta contra o mal. Severo, avisou que vem para “salvar” o Maranhão dos indignos: “gente que lida com a traição, com a ambição, com a falta de espírito público” – garantiu.

É pena que o senador Sarney e o seu séqüito não poderão cumprir tão heróica missão, pois, mantida essa bandeira de luta, teriam de combater a própria trincheira. Uma espécie de autocorretivo. É que não existe aqui no Maranhão uma só pessoa que os supere na traição aos compromissos com o povo, na ambição desmedida de querer governá-lo eternamente, nem capaz de revelar ausência de espírito público que se possa, nem de longe, comparar à senadora Roseana no seu odioso boicote ao PCPR.

Só para desconcertar esses pretensos “salvadores” do nosso povo, vale aqui ressaltar aquele importante programa do Governo José Reinaldo, destinado a melhorar os indicadores sociais dos maranhenses, e que foi engavetado pelo estadista José Sarney, a pedido da filha senadora. O certo é que ambição e espírito público não cabem num mesmo saco.

Quem acompanha o noticiário do sistema Lunus/Mirante percebe claramente que o esquema sarneísta não quer discutir nada sério sobre o Maranhão. Aposta na eficácia do embuste junto aos setores menos esclarecidos, e estão pouco preocupados com o feio que fazem ao se deixarem flagrar em tão insuperáveis contradições.

O fato de condenarmos a empulhação sarneísta, aqui abertamente empregada como ferramenta de dominação, não visa desdenhar a reconhecida retórica do acadêmico senador, sempre tão cioso na exaltação da sua imortalidade. O que se quer é inibi-lo de continuar tratando os maranhenses como se fossem retardados, incapazes de defender seu patrimônio e sua cidadania.

É indiscutível que o Maranhão vive um quadro de calamidade social e o senador Sarney, por mais que queira, não pode negar a sua responsabilidade direta nesse triste resultado. Serviu-se egoisticamente do Maranhão, reduzindo-o aos piores índices de pobreza e miséria. Portanto, a questão não é tão simples como ele tenta minimizar. Trata-se de algo muito mais sério e que diz respeito a quatro milhões de maranhenses que sofrem relegados à indigência, o que faz do boicote roseanista ao Estado uma obscenidade sem igual. Conduta incogitável para quem tem um mínimo de caridade.

Quando as forças de oposição se unem para interromper esse desastroso mando, estão indo ao encontro da população em seu justo sentimento de que é preciso libertar o Maranhão desse jugo descabido e prejudicial. Vai dar certo sim! Teremos aqui uma grande mobilização contra a fome e contra a farsa.


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